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Quais os benefícios de investir no mercado financeiro?

2021.1.17 Vítor Ribeiro, CFA

Certamente já fizeram esta pergunta.

Para que serve o mercado financeiro? Porquê investir?

Para uns, o mercado financeiro é visto quase como um papão, muito difícil de entender e só disponível para alguns. Para outros, o mercado serve para gerir poupança, procurar financiamento, especular, gerir risco e até como ativismo, sinal de poder e status.

É comum ouvirmos opiniões de descrédito total no sistema financeiro ou de sofisticação e autoelogio por pertencer a esta elite. Um jogo de casino, de sorte ou de azar, ou um mecanismo de inovação e crescimento baseada numa estratégia ponderada e rigorosa.

A bondade do sistema financeiro está na sua origem e nos seus fundamentos.

 

De um ponto vista prático, o mercado financeiro é o local onde se processa a transferência de poupança para entidades que procuram financiamento.

 

Assim, como investidores, fornecemos poupança ao sistema financeiro com o objetivo de fazer crescer o nosso património e assim ficarmos melhor preparados para o futuro e para a vida que queremos.

 

Então, quais os benefícios de investir no mercado financeiro?

 

  • Poupança e segurança financeira

O mercado financeiro é um local regulado, transparente e eficiente para guardar e gerir a nossa poupança com o objetivo de consumir no futuro.

A par do investimento em ativos reais, como imobiliário ou arte, o investimento em ativos financeiros permite encontrar o melhor portefólio para as nossas características únicas.

Mas como em qualquer investimento, os resultados não aparecem sem rigor, sem um plano e sem custo.

Quando planeamos comprar um imóvel para investir e obter rendimento do mesmo, não pensamos em vendê-lo de imediato e sabemos bem os custos de todo o processo. O mesmo acontece com os investimentos financeiros. Devemos ser prudentes, pacientes e inteligentes no processo de decisão.

O risco, naturalmente, estará sempre presente. Destaco dois desses riscos: o risco de longevidade e o risco de morte prematura.

Por um lado, temos o receio de ficar sem dinheiro se vivermos demasiado tempo. Por outro, temos o receio de morrer demasiado cedo sem usufruir da poupança acumulada e até de não cumprir os nossos objetivos e colocar em risco os que de nós dependem.

Este equilíbrio é possível através dos diversos instrumentos financeiros disponíveis.

 

  • Diversificação do património

O património individual ou familiar está, muitas vezes, concentrado num ativo imobiliário, que é a nossa casa, ou no nosso negócio, quando somos donos de uma empresa.

Para perceberem qual o peso que este investimento tem no total do património, basta ter um valor de referência do imóvel ou do negócio, juntar os investimentos financeiros e contas bancárias e deduzir todo o crédito existente. Certamente ficarão surpreendidos ao verificarem que parte substancial do património está alocado a um ou dois ativos.

Há quem discorde de considerar a casa ou o nosso próprio negócio como investimento. Contudo, não devemos descartar essa classificação pelo simples motivo de que desconhecemos o futuro.

Ter parte da poupança em investimentos financeiros é, por isso, uma forma de diversificação do risco e de otimização do património tendo em consideração os objetivos e preferências de cada um.

A grande diversidade de títulos e instrumentos cotados em bolsa proporciona um enorme benefício para o investidor reduzir o risco específico de cada ativo. Este benefício é ainda mais concreto e facilitado através dos instrumentos de investimento coletivo (PPR, seguros, fundos de investimento).

É também uma fonte de liquidez imediata, ao contrário do imóvel ou do negócio próprio.

Em termos liquidez é também importante salientar o custo. Não só o custo de descoberta do preço bem como o custo de transação. Este é, normalmente, muito inferior ao custo de um instrumento alternativo como imóveis, arte ou ouro. Saliento estes últimos porque há ainda um custo para guardar e proteger esses investimentos.

Por isso, sabendo que um não substitui o outro, podemos referir com certeza, que ambos se complementam.

 

  • Concretizar objetivos específicos

O objetivo mais comum é a reforma, mas podemos definir outros objetivos como educação, comprar ou investir num negócio, transferir património para a geração seguinte, doações, lazer e até comprar um carro ou uma nova casa.

Podemos definir uma estratégia para cada um destes objetivos e obter no mercado os instrumentos necessários para implementar essa estratégia.

 

  • Manter o nível de vida no futuro

Talvez seja um dos benefícios mais negligenciados. A verdade é que quando analisamos as rentabilidades dos nossos investimentos raramente temos em consideração o efeito inflação. Ao invés de analisarmos a rentabilidade nominal devemos também analisar a rentabilidade real.

Bater a inflação é um dos benefícios do investimento no mercado financeiro. Garantir que a nossa poupança fica protegida contra a perda de poder de compra no longo prazo deve ser um dos nossos objetivos.

 

  • Participar no desenvolvimento e crescimento económico

Há várias possibilidades para participar numa atividade económica ou social. Uma delas é através do mercado financeiro. Investir numa ação ou numa obrigação, fazer um depósito a prazo ou comprar dívida pública.

O mercado financeiro pode, também, ser um veículo eficiente para usarmos os nossos investimentos financeiros como colateral para obtenção de um financiamento para, por exemplo, criarmos a nossa própria empresa.

Se tivermos um património financeiro diversificado por ações, obrigações ou instrumentos de investimento coletivo, é relativamente fácil obtermos um financiamento dando como colateral esses instrumentos.

Há ainda o cenário de monetizar investimentos relativamente ilíquidos e de muito longo prazo. Veja-se o caso de sermos acionistas de uma empresa não cotada em bolsa. Para este objetivo, o mercado financeiro oferece várias soluções sem obrigar o investidor a vender. Até podemos gerir o impacto fiscal das mesmas. Podemos utilizar instrumentos simples como um crédito (emissão de dívida) ou instrumentos mais sofisticados como opções, swaps ou forwards.

 

  • Flexibilidade

Os instrumentos financeiros são, na sua generalidade, transacionados em unidades que são detidas por múltiplos investidores, com diferentes níveis de riqueza e conhecimento e diferentes objetivos e preferências.

 

  • Eficiência fiscal

Em termos fiscais pode ser mais vantajoso investir a poupança através de instrumentos financeiros do que num negócio próprio ou num imóvel.

 

  • Confidencialidade

Cada investidor pode investir nos instrumentos e soluções que bem entender de uma forma discreta e segura. A natureza intangível deste tipo de investimento confere essa confidencialidade.

 

Conclusão

Esta é uma análise não muito exaustiva aos benefícios que se podem atribuir ao investimento nos mercados financeiros.

Os grandes temas do momento, como a economia circular, a desigualdade, a transição energética, a tecnologia, a sustentabilidade, a ética, são temas que podem estar representados numa carteira diversificada e orientada para os objetivos de risco e retorno, preferências e constrangimentos de cada investidor.

Através dos mercados financeiros podemos participar no constante processo de inovação e de desenvolvimento tecnológico, em projetos sociais, em obras públicas, em empresas disruptivas e até em missões espaciais.

É na procura de soluções à medida que devemos dar prioridade. E os mercados financeiros permitem essa solução.

 

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Vítor Ribeiro, CFA

Vítor é um CFA® Charterholder, empreendedor, melómano e com um sonho de construir um verdadeiro ecossistema de investimento e planeamento financeiro ao serviço das famílias e organizações.

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