Future Proof - Cure for pain

Depois de um confinamento forçado continuamos com uma espécie de clausura consciente. Sempre com base em expectativas de cura e de um retorno milagroso.

Ao mesmo tempo crescem problemas de identidade ideológica que bloqueiam o pensamento livre e superior.

À nossa volta temos um quebra-cabeças regulador e inquisitório que nos distrai e nos mantém anestesiados.

Para o mundo em crise, os mercados são muitas vezes a causa. A sua vertente artística torna o sofrimento e a euforia possíveis a cada vela/instante.

Cremos que a cura pode estar numa prevenção que não restringe a liberdade. E isto só é possível com um plano onde fiquem definidas as doenças que podem aparecer e os remédios que podemos tomar.

Se queremos pensar no futuro podemos sonhar. Se queremos conhecer o passado podemos olhar.

O presente é isto. Não vai correr tudo bem sempre. Não vai e não pode. O equilíbrio impõe altos e baixos. Mas também impõe que não olhemos sempre para a variância como risco e para o risco como variância. Uns gostam de música em planícies outros de intensidade aleatória.

Podemos e devemos adaptar o nosso portefólio ao nosso som, à nossa vontade de ir a um museu ou a um espetáculo. Alguém toma esta decisão pensando no que vai passar para lá chegar?

A cura para a dor pode ser música, pode ser um placebo. Podem ser regras de bom senso para serem vistas nos momentos certos, na altura que for necessário curar a nossa dor.

É preciso mandar o medo embora, ver os sorrisos. Oxalá seja possível dar a volta ao mundo sem pânico, ver as gaivotas sem lutar contra a lei, respirar, tocar, conhecer pessoas normais. Ficarmos juntos.

A morfina funciona, a música também!